Fenomenologia do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) em adolescente. Araújo, J. L. d. 2015. abstract bibtex Esta pesquisa buscou compreender o vivido de adolescentes diagnosticados com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) a partir dos referenciais teóricos da Fenomenologia de Merleau-Ponty e da Psicopatologia fenomenológica de Arthur Tatossian. Foi realizado pesquisa qualitativa, utilizando o método fenomenológico inspirado na Fenomenologia mundana de Merleau-Ponty, em que foram entrevistados individualmente oito adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 11 e 18 anos, iniciando-se com a seguinte pergunta disparadora: Como é, para você, viver com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade? Os sujeitos colaboradores foram encontrados a partir de indicações pelo método snowball (bola de neve) e os locais das entrevistas foram escolhidos pelos próprios adolescentes. A partir dos temas emergentes nas entrevistas foi elencado as seguintes categorias: 1. Compreensão do que é o TDAH; 2. Experiência de ter TDAH; 3. Dificuldades no processo de aprendizado; 4. Medicação; e 5. Relacionamentos interpessoais. A maioria dos entrevistados descreveu dificuldades em manter a atenção, principalmente nas atividades escolares. A hiperatividade foi descrita como uma vivência em que o mundo era vivido como mais lento, o que podia levá-los a momentos em que se precipitavam nas ações e produziam pensamentos com pouca conexão entre si. Descreveram problemas com a autoestima, o que aumentava a insegurança pessoal, principalmente nos estudos e relacionamentos sociais. A forma de tratamento predominante foi com o uso da Ritalina, tendo sido citados também acompanhamentos psicológico e a presença de reforço escolar. A construção de um entendimento sobre o TDAH e a compreensão do próprio vivido foi importante para os adolescentes, pois favorecia uma mudança de perspectiva, de um foco antes somente na doença para passar a considerar as potencialidades individuais. Nesta pesquisa, a perspectiva da Psicopatologia fenomenológica possibilitou olhar para a interseção entre teoria e prática, considerando os conhecimentos já construídos acerca do TDAH com a singularidade do vivido dos adolescentes entrevistados. Considerar o campo da intersubjetividade é reconhecer que não há um indivíduo que exista em si mesmo, não existindo, consequentemente, o TDAH puro e isolado do mundo.
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transtorno do déficit de atenção com hiperatividade? Os sujeitos colaboradores foram
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4. Medicação; e 5. Relacionamentos interpessoais. A maioria dos entrevistados
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pensamentos com pouca conexão entre si. Descreveram problemas com a autoestima,
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sociais. A forma de tratamento predominante foi com o uso da Ritalina, tendo sido
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Os sujeitos colaboradores foram encontrados a partir de indicações pelo método snowball (bola de neve) e os locais das entrevistas foram escolhidos pelos próprios adolescentes. A partir dos temas emergentes nas entrevistas foi elencado as seguintes categorias: 1. Compreensão do que é o TDAH; 2. Experiência de ter TDAH; 3. Dificuldades no processo de aprendizado; 4. Medicação; e 5. Relacionamentos interpessoais. A maioria dos entrevistados descreveu dificuldades em manter a atenção, principalmente nas atividades escolares. A hiperatividade foi descrita como uma vivência em que o mundo era vivido como mais lento, o que podia levá-los a momentos em que se precipitavam nas ações e produziam pensamentos com pouca conexão entre si. Descreveram problemas com a autoestima, o que aumentava a insegurança pessoal, principalmente nos estudos e relacionamentos sociais. 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